2002 o ano em que Sam Raimi nos
traz o Homem-Aranha
para as telonas, na ocasião Tobey Maguire era o teioso
e de uma forma até honrosa remetendo muito aos quadrinhos clássicos
do personagem. 2012, Marc Webb volta com um reboot, O
Espetacular Homem-Aranha com Andrew Garfield no papel
principal — que lembrava muito a versão Ultimate do Amigão da
Vizinhança. Com Raimi tinha muita referência ao material original e
um certo “receio” de ousar, com Webb parecia uma produção
“geral”. Nos dois casos, tivemos bons filmes, bons momentos mas
nada muito marcante. No entanto Homem-Aranha: De Volta ao Lar
mostra a melhor versão do personagem.
John Hughes
como inspiração
Um
dos
grande acerto de De
Volta ao Lar
está
no clima e ambientação,
certamente
inspirados em
John
Hughes,
cineasta que nos deu clássicos como,
Mulher
Nota Mil,
Clube
dos Cinco
e Curtindo
a Vida Adoidado.
Jon
Watts,
diretor
do filme,
em
nenhum momento esconde a influência de Hughes no modo de condução
das cenas que dar um clima mais agradável,
divertido, nostálgico e juvenil. Na
versão de Raimi existia
momentos em que Peter se questionava o que estava fazendo, se era
certo ser herói e todo existencialismo, mas nessa versão
os
dramas adolescentes são
mais regulares,
comuns até,
tentar pertencer a um grupo, tentar superar o medo de se conversar
com aquele
seu amor
platônica (crush
na atualidade),
provas escolares e afins. Com isso, Watts soube conduzir bem
todos os atores, que sabiam
alternar muito bem entre a seriedade e a comédia.
Peter
Parker o
herói sem mascara
Watts
conseguiu captar a essência do Aranha e assim entendeu que
acompanhar
os dramas da
vida do
Peter é muito mais divertido e envolvente
do que grandes batalhas com explosões, raios azuis e todos arsenal
de
clichês dos filmes de super-herói atualmente.
Porém,
por
ser um blockbuster, ele
tem sim
que tudo isso e
cenas
grandes de ação, mas
ele
vai na contra-mão
das
outras produções do gênero, pois
tudo isso
fica em segundo plano, focando
na história do herói e em sua evolução.
Homem-Aranha
se tornou um sucesso por tratar da história de um adolescente que
passava pelas coisas que a maioria passava, isso tornou o personagem
mais único, mais amigo. De Volta ao Lar traz esse espírito que faz
o público se conectar ainda mais com o desenvolvimento. Tom
Holland
entrega um Peter e um Aranha que poderia ser um de nós, um nerd fã
de Star
Wars
que de repente está
pulando em
prédios e salvando o dia — quem
não ficaria
empolgado com isso, e Holland
soube demonstrar isso muito bem. É claro que o resto da equipe
também brilha, Laura
Harrier,
que vive Liz, a paixonite de Peter e Jacob
Batalon,
fazendo Ned
Leeds,
o melhor amigo do herói e que funciona também como um espelho, dos
nerds conhecendo um super-herói de verdade. Zendaya
dá a Michelle
um toque peculiar, lembrando Ally
Sheedy
em Clube dos Cinco. No time adulto, Marisa
Tomei
traz à tia May uma personalidade mais descolada e se difere das
outras duas encarnações da personagem. Jon
Favreau
como Happy
Hogan
fazendo o papel de “tio rabugento”, enquanto Robert
Downey Jr.
bota em Tony
Stark
um jeitão meio pai, meio irmão mais velho, que se torna, necessário
para o arco narrativo de Peter.
Um
Vilão Marcante
Sabemos que a Marvel(Universo
Cinematográfico) não
tem um bom Arsenal de vilões, pelos menos vilões mau aproveitados,
exceto por Loki que
até hoje perpetua os
corações dos nerds. De Volta ao Lar nos mostra um vilão bem
habituado e apto ao entendimento do grande público, claro que isso é
graças ao trabalho de Michael Keaton e
a equipe de roteiristas, que
soube expressar bem o que e o por que da motivação do vilão. Outro
ponto positivo para o vilão é seu “traje”
bem
imponente e assustador em alguns momentos, diferente de um velho
careca com asas, como na versão do quadrinhos.
Não
temos aquele vilão quer dominar o mundo e destruir todos a sua
volta, temos um cidadão de classe média normal, que fica cansado de
uma opressão sistemática causada pelo capitalismo e decide burlar
as leis e fazer o que bem entende. Suas motivações ficam claras
quando em determinado momento do filme ele fala com Peter e o público
consegue entender seu posicionamento.
EI,
ho, Vamos!
Como
virou moda em
Guardiões da
Galáxia,
De Volta ao Lar também traz
uma boa trilha
sonora,
sendo a
principal ea
imortal “Blitzkrieg Bop”, dos Ramones
— conhecida no popular como “Hey,
Ho, Let’s Go!” —
a
trilha composta por Michael
Giacchino
(Lost; Up) é muito bem executada, que
traz
tema clássico do herói e dá
um clima extra para as cenas. Em,
De Volta ao Lar,
o
pop não é só
uma referência nostálgica como nos dois Guardiões ele
entra mais como um elemento que ajuda a reforçar a atmosfera jovem e
o clima descontraído criado por Watts.
Homem-Aranha:
De Volta ao Lar,
agrada quem já conhece o herói, tanto por filmes anteriores ou
pelos quadrinhos, mas também quem não conhece nenhum material do
Teioso. O novo filme do Amigo da Vizinhança consegue mesclar
elementos clássicos e modernos que deixa o público com sabor de
quero mais. Cria o mesmo efeito que as melhores histórias da Marvel
já fizeram.
Homem-Aranha: De Volta ao Lar chega aos cinemas brasileiros no dia 6 de julho. E você pode conferi-lo em em tecnologia 3D no Centerplex cinemas do Shopping Via Sul.
Nota do Crítico: 9,6 Gnomos.
Nota do Crítico: 9,6 Gnomos.