Em Ritmo de Fuga não é um filme casual, ou até mesmo "padrão" é o que você já deve saber logo de cara, sobre esse incrível filme de Edgar Wright. O diretor e roteirista mostra grande domínio e conforto em abusar dos jogos de câmera inusitados, planos que fogem do tradicional e um modo de contar história completamente inovador. Wright já havia apresentado seu estilo único, em filmes como Scott Pilgrim e Todo Mundo Quase Morto. Ver o diretor fazendo mais um excelente trabalho só nos deixa ainda mais curiosos em imaginar como teria sido sua versão do Homem-Formiga.
Somos apresentado ao protagonista do filme logo na primeira cena, Ansel Elgort. E aí que vemos o Baby Driver, uma grande cena de perseguição acompanhado de uma boa trilha sonora. Que é bastante presente ao longo do filme, que deixa o filme mais eletrizante a cada troca de música. Por ter uma boa memória e ser rápido na direção, ou nas palavras de Kevin Spacey: "ele é o capeta atrás do volante", Baby acaba usando suas habilidades para o mal, ele não um criminoso que faz isso por dinheiro ou prazer - longe disso - nosso protagonista acaba que por acaso do destino tendo que fazer isso.
O Vilão que amamos
Como citamos antes, Baby acaba cometendo um erro no passado e como consequência ele acaba sendo o piloto de fuga de Doc - personagem vivido por Kevin Spacey - que se mostra o líder de uma grande rede de criminosos. E Baby acaba sendo seu talismã, que participa de todas os grandes planos do Doc, por isso aos poucos vemos a relação desses dois crescer durante o filme, como uma música que começa devagar e depois crescer e entrega a música completa. Mais uma vez Spacey entrega uma atuação grande e consistente e mesmo que ele seja o motivo de Baby fazer o que faz é quase impossível odiar seu personagem.
Os outros bandidos do grupo de Doc também merecem destaque. Wright tem uma grande dedicação em nos mostrar a evolução dos personagens. O que nos faz se importa ainda mais com eles. E o grupo cumpre com êxito cada missão, até mesmo o baixista da banda Red Hot Chili Peppers, Flea, fazem com que nos vejamos torcendo pelos bandidos em meio às perseguições em alta velocidade pelas ruas da cidade.
Estilo Edgar Wright
Em Ritmo de Fuga se mostra com uma grande trilha sonora, como já era de se esperar, no longa a música é mais que uma trilha que acompanho o personagem. Ela tem vida. Ela é forma de diálogo do Baby. Ela dita o ritmo da cena. Ela é fundamental para tudo o que acontece e é construído no filme. E a maneira como percebemos isso e somos envolvidos na trama musical de Baby Driver merece aplausos. Wright consegui utilizar músicas de forma magistral. Em alguns momentos se assemelha ao que Quentin Tarantino faz em seus filmes. Em outros, nos lembra como James Gunn transformou a trilha sonora em um personagem a parte em Guardiões da Galáxia. Podemos definir o uso da trilha sonora em Baby Driver é: Ao melhor estilo Edgar Wright!
As cenas de fuga são alucinantes e mesmo sendo um filme longo, com quase duas hora de duração, são poucos os momentos em que podemos respirar. Diversas cenas nos deixam com uma sensação angustiante e prendemos o fôlego enquanto Baby realiza manobras inacreditáveis para fugir da polícia. Por mais que as façanhas de Baby sejam impressionantes, nós conseguimos acreditar que elas poderiam se repetir na vida real (mas, por favor, não tentem isso em casa). Isso só contribui para que esses momentos se tornem ainda mais fascinantes. Resumindo, é tudo que Velozes e Furiosos queria ser.
O filme tem uma "pegada muito pé no chão" e as soluções parecem muito rápidas e fantasiosas quando comparadas com o contexto apresentado no início de Baby Driver. Mesmo assim, isso não estraga a deliciosa experiência que é assistir Em Ritmo de Fuga. Edgar Wright vem se provando, cada vez mais, um dos diretores mais inovadores dessa geração.
Nota do Crítico: 9,5
Em Ritmo de Fuga chega aos cinemas brasileiros no dia 27 de julho. E você pode conferi-lo em em tecnologia 3D no Centerplex cinemas do Shopping Via Sul.