Em 05 de Setembro de 1977 a sonda Voyage 1 foi lançada pela NASA com o intuito de coletar informações sobre os confins do universo. A sonda espacial leva consigo informações sobre a nossa cultura, sons e imagens da nossa civilização cravada em um disco de ouro, feito para durar bilhões de anos.
Em Fevereiro de 1990 a sonda tirou uma foto da terra a 6,4 bilhões de quilômetros de distância, o que resultou em um pequeno pixel brilhante.
Em 1994, o astrônomo Carl Sagan escreveu um livro sobre a sua reflexão na nossa vida na terra após ver a foto, chamado de Pálido Ponto Azul.
Após essa introdução Men, Women and Children (Homens, Mulheres e Filhos de Jason Reitman), foca em nossa frágil, vazia e solitária existência neste pequeno ponto pálido azul. Acompanhamos um casal infeliz (vivido por Adam Sandler e Rosemarie DeWitt) que buscam relações fora do casamento para se sentirem vivos e desejados e o filho mais velho do casal (Travis Tope) que vive imerso em sites pornográficos. Por outro lado temos (Jennifer Garner) que faz o papel de uma mãe excessivamente controladora que rastreia tudo o que a sua filha faz na internet com o intuito de protege-la de pessoas mal intencionadas. Até que a sua filha interpretada pela atriz (Kaitlyn Dever) se apaixona pelo solitário (Ansel Elgort), que sofre com o abandono da mãe que saiu de casa e desistiu da sua familia para se casar com outro homem, fazendo com que ele desista do time de futebol e passe a gastar todo o seu tempo em jogos online, gerando preocupação no seu pai interpretado pelo ator (Dean Norris) também acompanhamos uma mãe (Judy Greer) que vende a imagem da filha (Olivia Crocicchia) em ensaios sensuais gerando uma base de fãs adultos e consumidores de soft porn, que a faz ter vergonha ao mesmo tempo que incentiva a filha a se tornar uma estrela da TV. Na trama também existe uma menina com distúrbios alimentares que acessa sites que incentivam a anorexia (Elena Kampouris) com o intuito de chamar atenção do bonitão da escola (Will Peltz).
O uso da tecnologia aqui é retratado como um fator de distanciamento e fragilidade das relações humanas em meio a mensagens de Facebook, mensagens instantâneas e blogs onde buscamos provar a nossa existência, procurar por afetos ou nos esconder dos problemas que a vida real insiste em nos trazer.
Ao longo que vemos como cada personagem usar de ferramenta tecnológica para ter um alivio momentâneo dos seus problemas, a sonda voyage vaga pelo enorme espaço deixando a terra se tornar apenas um minúsculo ponto em meio a vastidão do universo.
Fica apenas a reflexão de Carl Sagan sobre a nossa frágil existência:
"Olhem de novo esse ponto. É aqui, é a nossa casa, somos nós. Nele, todos a quem ama, todos a quem conhece, qualquer um sobre quem você ouviu falar, cada ser humano que já existiu, viveram as suas vidas. O conjunto da nossa alegria e nosso sofrimento, milhares de religiões, ideologias e doutrinas econômicas confiantes, cada caçador e coletor, cada herói e covarde, cada criador e destruidor da civilização, cada rei e camponês, cada jovem casal de namorados, cada mãe e pai, criança cheia de esperança, inventor e explorador, cada professor de ética, cada político corrupto, cada "Pop Star", cada "líder supremo", cada santo e pecador na história da nossa espécie viveu ali - em um grão de pó suspenso num raio de sol.
A Terra é um cenário muito pequeno numa vasta arena cósmica. Pense nos rios de sangue derramados por todos aqueles generais e imperadores, para que, na sua glória e triunfo, pudessem ser senhores momentâneos de uma fração de um ponto. Pense nas crueldades sem fim infligidas pelos moradores de um canto deste pixel aos praticamente indistinguíveis moradores de algum outro canto, quão frequentes seus desentendimentos, quão ávidos de matar uns aos outros, quão veementes os seus ódios.
As nossas posturas, a nossa suposta auto-importância, a ilusão de termos qualquer posição de privilégio no Universo, são desafiadas por este pontinho de luz pálida. O nosso planeta é um grão solitário na imensa escuridão cósmica que nos cerca. Na nossa obscuridade, em toda esta vastidão, não há indícios de que vá chegar ajuda de outro lugar para nos salvar de nós próprios.
A Terra é o único mundo conhecido, até hoje, que abriga vida. Não há outro lugar, pelo menos no futuro próximo, para onde a nossa espécie possa emigrar. Visitar, sim. Assentar-se, ainda não. Gostemos ou não, a Terra é onde temos de ficar por enquanto.
Já foi dito que astronomia é uma experiência de humildade e criadora de caráter. Não há, talvez, melhor demonstração da tola presunção humana do que esta imagem distante do nosso minúsculo mundo. Para mim, destaca a nossa responsabilidade de sermos mais amáveis uns com os outros, e para preservarmos e protegermos o "pálido ponto azul", o único lar que conhecemos até hoje."
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