Olá, tudo bem galera?
Primeiramente: me dirijo aos fãs.
De quadrinhos, de cultura geek em geral. Aquelas pessoas que gostam de se
divertir, que curtem games de luta e coisas assim.
Dias atrás diversos “críticos” e “sites
especializados” estrangeiros desceram a lenha no filme. Meteram o pau e
disseram os mais variados comentários (incluindo spoilers pesados do filme).
Vou esclarecer o “porquê” da “raiva”
desses caras e porque alguns deles disseram o que disseram.
“Eles estão errados?”, “Eles
foram comprados por alguém??!”, “Eles têm razão??!!” depois deste texto você
poderá escolher o seu “lado” blz?
Você vai entender porque alguns
criticaram (os especialixxtas) e porque outros amaram desde criancinha ( a
maioria dos fãs de quadrinhos, principalmente os antigos fãs).
O filme foi escrito por Chris
Terrio e David Goyer, e dirigido pelo gênio Zack Snyder (sim. Se o cara adaptou
Watchmen ele pode fazer qualquer coisa. Mas isso é opinião minha.)
Ele se divide (basicamente) em
três atos: Introdução, batalha do título, batalha final (chamemos assim ok?).
Lembremos de uma coisa: a Warner
também tem uma “fórmula pronta” (calma. Eu explico.)
Desde a “Trilogia Nolan” e a “duologia
de aço” vigente a toada é a mesma; perceba, sem piadas (um imperativo da
Warner), realismo e uma necessidade de “contar a história de maneira não-linear
pra dinamizar os filmes”, lembremos que David Goyer esteve envolvido em todas
as produções (nos roteiros) e Chris Nolan de certa forma também (mesmo que como
produtor).
Por isso o(s) filme(s) (de certa
forma) ainda carregam certas “mensagens” (repetitivas) ainda possuem aquela “atmosfera
pesada” (como os fãs da Marvel dizem) e também aquele “ar épico” (isso varia de
pessoa pra pessoa.
Isso não quer dizer que seja necessariamente épico)
Isso também é “culpa” de Hans
Zimmer (com suas trilhas grandiosas e vuvuzelísticas) e claro, aquele “ar épico”
(visualmente falando) é quase totalmente “culpa” de Zack Snyder.
O cara entende de visual, fala a
verdade. O que acontece é que tem pessoas que NÃO GOSTAM desse estilo (tem
preconceito contra qualquer coisa que o diretor faça) então não curtem os “slow
motions” os “momentos vídeo clip” e coisas assim.
Com “Man of Steel” (2013) foi a
mesma coisa, um monte de “cinéfilos que surgiram do nada” começaram a falar mal
de coisas que nem ao menos compreendiam. Falavam mal por falar mal mesmo, puro
preconceito/má vontade.
Lembrando das “mensagens
repetitivas” nos filmes e maneira “não linear de contar uma história”: O primeiro
ato do filme é o principal motivo das críticas lá fora terem sido tão
irascíveis.
É um começo problemático, mal
escrito e parece que aquela primeira hora NÃO ANDA. E realmente não anda cara!
Têm muita subtrama, muita coisinha que eles querem falar e mostrar, querem dar
passos que as pernas não aguentam.
E quem sofreu mais com isso? Sim!
Tivemos (ainda que a galera não perceba) uma vítima no roteiro por causa de sua
má construção de início de filme; Superman!
Henry Cavill de certa forma em seu Clark
Kent parece demonstrar certo desconforto com seus diálogos tão pobres e ruins “eu
não ligo pro que eles falam de mim Lois” “eu o vi mas eu não olhei...!” (PQP) “o
Superman é uma invenção de um fazendeiro do Kansas!” (só pra citar algumas) e
isso é culpa de David Goyer (onde já se viu colocar aquelas rixas ridículas de “patrão-empregado”
entre Clark e Perry White? Afinal o que Lawrence Fishburne estava fazendo naquele
filme? Descarregando seu stress de maneira irônica em seus empregados? Cadê aquele
chefe amigão dos funcionários nos quadrinhos?)
Os caras ainda estavam perdidos
no primeiro ato ao escreverem Superman. A grande sacada do filme foi colocarem “spots
de TV” (similar á HQ “Cavaleiro das Trevas”) onde mostravam as opiniões das
pessoas em relação ao homem de aço, isso deu certa “verossimilhança” ao filme.
E infelizmente por causa disso
Superman faz melhor agindo do que falando, (o que é uma pena), parece até um
ator de vídeoclip. Todo aquele segundo trailer entrega coisas DEMAIS sobre o
filme, tanto que não existem muitas mudanças do trailer ao que foi mostrado no
filme.
Enquanto Superman foi o MAIOR
PREJUDICADO no roteiro, Batman se saiu melhor; teve uma abertura do filme toda
dedicada a ele (no melhor estilo “Watchmen”) seu Bruce Wayne convence e suas
cenas de luta são as melhores (estão entre as melhores da história do cinema
com toda certeza).
Ele convence como Batman, como Bruce,
tem um ótimo contraponto com seu companheiro de cena Jeremy Irons (que encarnou
o Alfred repaginado de “Batman: Terra Um”) que virou mais do que um servil
empregado, agora ele ajuda MAIS no campo de batalha. (com certeza uma grande
aquisição ao filme).
No quesito “realidade/verossimilhança”
a cena inicial de Batman surpreende que mostra o quão pequeno ele é numa “batalha
de deuses” (o final de Man of Steel é mostrado do ponto de vista de Bruce e
isso é muito foda.) fazendo com que esse recurso “ponto de vista inusitado” (já
usado no primeiro “Vingadores” na cena onde é mostrada a batalha de dentro de
um carro enquanto ele capota) seja elevado a enésima potência.
Devido a esses problemas de “introdução”
ao filme ficou assim (até então) Superman mal escrito e apenas visualizado
plenamente em seus poderes, Bruce bem mostrado e bem escrito e: suas tramas
paralelas demoram a “convergir”, tanto que o filme precisa usar a trilha
(maravilhosa) em certo momento como “muleta criativa” (do tipo. “acordem
pessoas! Algo grandioso e épico vai acontecer!” que só então você vai perceber
que está indo pro segundo ato.
Antes de entrarmos no segundo
ato; (a batalha entre os dois heróis) falemos de alguns personagens que acabam
de certa forma prejudicando o filme.
Lois Lane, uma coisa é ser
intrépida, outra é ser chata e estúpida, suas cenas poderiam ser facilmente
substituídas por outras coisas.
Lex Luthor (calma lá gafanhotinho
juvenil), vou dizer uma coisa antes: o personagem ficou foda. Só foi mal compreendido
e eu digo porque.
Vamos lá: esse Lex foi baseado no Lex de Grant Morrison (cita
livros e referências obscuras toda hora) e em parte em trabalhos de Mark Waid
(em BirthRight ele usa um celular pra torturar o Superman com uma informação,
similar ao que ele faz no filme usando fotografias), e também o Lex de “Origem
Secreta” (Geoff Jonhs) por ser mais jovem e claro ter cabelo.
Além de que esse Lex também faz
algo á família de Clark que o Lex de Jonh Byrne fez também logo no seu início
de arco na mensal. (no filme ele rapta a Martha, nos quadrinhos ele rapta
Martha, Jonathan e também Lana e a tortura.)
Além de que tem um ato “final” de
Lex que também o remete ao Lex de Grant Morrison (não entrarei nesse spoiler
mor do filme, mas quem assistiu entenderá) além de que: se analisarmos os três
Lexes anteriores: Gene Hackman (que usava perucas e era megalomaníaco), Kevin
Spacey (que era uma continuação natural do personagem de Hackman que até
surtava em certos momentos e tinha seus tiques lembram da “-Krrrrrrrrrrrrrrrrrrptonita”?),
e Michael Rosenbaum (o Lex de Smallville que até pro hospício foi, e era de certa
forma TORTURADO PELO PAI.), coisa que o Lex de Jesse Einsenberg dá entender em
certo momento do filme.
“ainn mas não dá pra entender as
motivações dele!” , então você não conhece o personagem ou dormiu em parte do
filme. Várias das metáforas que ele diz explicam suas motivações.
“ninguém que é totalmente
poderoso pode ser totalmente bom. E ninguém que é totalmente bom pode ser
igualmente poderoso...!” ou seja: similar ao que acontece na história “Segredo
Revelado” (de John Byrne) Lex julga Superman por ele mesmo.
Além de que as metáforas entre
deuses e o Superman (e porque não Lex também?) sempre estiveram presentes nos
filmes (“Superman o Retorno” também fala de Prometeu por exemplo e também tem um
quadro que remete á mitologia) e por último: a galera falou do Lex animated
(ora o Lex animated na terceira temporada de Liga sem limites conversava com
Brainiac/Darkseid em sua mente e apenas ele os enxergava.)
Então se você se chocou com esse
Lex, pense de novo. Ele sempre esteve lá, só você que não prestou atenção.
Falemos do segundo e terceiro
ato: sim amigo aqui temos o escapismo Nerd puro, o filme foi pensado não apenas
pros fãs de quadrinhos mas sim pros de games também!!! (prestem atenção em
uniformes e em sonhos no filme)
e muitos dos movimentos do Batman no filme são
similares á série “Arkham” (valeu aos Gamers que me falaram disso.) E a luta
dos dois é grandiosa, sanguinolenta, tensa. De certa forma ela é ainda maior do
que em “Cavaleiro das Trevas”
As maiores histórias (algumas) do
Universo DC são aquelas onde Batman e Superman agem antagonicamente (Cavaleiro
das Trevas, Reino do Amanhã, Guerra da Trindade, O Prego, Entre a Foice e o Martelo,
Torre de Babel, EndGame e claro Injustice)
Infelizmente como os roteiristas
não tinham tempo (e eram rasos) não tivemos motivações políticas ou ideológicas
maiores pra que o confronto se justificasse, mas mesmo assim da maneira que foi
conduzido você ainda acredita (o Batman quer destruir um semideus porque sente
se inferior a ele e sabe que “ninguém pode tornar-se bom para sempre” é o velho
bordão “ou você morre herói ou vive o suficiente pra ver você mesmo se tornar
vilão.” E lembram do que eu falei das ideias repetidas? Tá aí um exemplo.
Voltando ao assunto do Superman
ser PREJUDICADO pelo roteiro, falemos da cena da audiência no capitólio. Aquela
personagem da senadora prometia tanto nos trailers (e no prequel caça níquel
que eu baixei e que não serviu de merda nenhuma) e no fim da história aquele
embate “Superman FALA COM A MULTIDÃO” NÃO ACONTECE.
Lembram do que eu falei que o
Cavill só “fala com ações”? (videoclip) então. Nessa sequência que tinha grande
potencial (Chris Reeve fazia discursos até quando havia acidentes no metrô) os
caras cagam com a cena fazendo haver uma grande explosão, matando a cena, a
senadora e o próprio plot em si.
(Foi como se eles pegassem a HQ “Paz
na Terra” de Alex Ross e rasgassem na nossa frente).
Então finalizando: o Terceiro
ato. Similar ao que ocorreu em “Os Vingadores” temos um personagem
desacreditado aqui mas muito poderoso que é usado como “carta coringa” (a Mulher
Maravilha).
Gal Gadot rouba a cena, muita
gente uivou no cinema, aplaudiu e pasme! (tinham muitas meninas que eu acho que
nem iam no cinema ver esse tipo de filme com camisa com o símbolo dela. E isso
é um avanço bem significativo e legal.)
A cena da batalha com o vilão
Apocalypse foi ainda melhor do que ocorreu em alguns quadrinhos (até onde
lembro a Trindade nunca enfrentou o monstro num mesmo momento)
O roteiro tem o cuidado de dizer: “todos
foram embora do armazém” “essa ilha está desabitada” “não mora ninguém ali”
apenas pra refrear os purixxtas que falavam de “destruição e mortexx
desnecessárias” e a maneira que a batalha é mostrada é fenomenal (parece até
saída de DragonBall Z) temos de tudo: raios, membros cortados, superflare!!!! Clarões
intermináveis e a sonoplastia está muito foda. A batalha dá medo e certo
realismo.
Não é “porradaria plástica” (como
diz o youtubber Nerd rabugento)
É porrada mesmo. Com sangue, suor
e ossos quebrados.
Em era que “Game of Thrones” está
influenciando todas as mídias a batalha não poderia ter sido diferente
(inclusive em seu desfecho)
O filme (como Snyder disse) é
feito pro fã (se isso é vantajoso o tempo irá dizer) e não pro crítico ranzinza
e preconceituoso de má vontade com o diretor. Claro que não é perfeito. Mas
serve pro que ele se propõe: ESCAPISMO NERD. Tenho certeza que muitos de vocês
verão o filme duas vezes.
O universo DC começou cara,
demorou mas está aí.
Entre nessa festa e não fique de MIMIMI.
Ninguém quer ler um quadrinho da
Liga da Justiça com Korvo Manitu e Congorilla certo??????
A Liga é a Trindade, Batman
detetive, Superman porradeiro e DE CAPA PORRA! (e não camisetinha e Jeans) e
Mulher Maravilha detonando tudo.
Nota: 8
Ps: em Snyder eu confio. Mas
demitam o David Goyer. Ele não sabe escrever Superman.