A essa altura do campeonato muita já desconfia que a produção de Liga da Justiça foi um verdadeiro Frankenstein: com vários roteiros, refilmagens extensas, mudanças no tom e troca de diretores, o filme se tornou uma mistura de muitas coisas. Uma reportagem do The Wrap conversou com diversos membros tanto da equipe do filme quanto da Warner Bros. e revelou diversos segredos desta produção conturbada.
Membros da Warner consultados pela matéria concordaram que “o maior erro da Warner foi não adiar o filme quando Snyder deixou o projeto”. Snyder por sua vez não pretendia deixar o cargo de diretor após o trágico suicídio de sua filha: o principal maestro do universo DC pretendia “usar o trabalho como uma forma de refúgio para a situação”, mas isso não deu certo.
Snyder estava sobre muita pressão e a Warner queria mudar muito do filme e estava “abraçando muitas ideias de Joss Whedon para deixar o filme mais leve e diferente”. “Deixou de ser uma situação positiva pra ele [Snyder] em qualquer nível”, disse uma fonte interna.
Com o sucesso de Mulher-Maravilha, o estúdio queria que o filme da Liga enveredasse ainda mais para a veia cômica e aventuresca, mas não havia muito tempo para a equipe criativa alterar o longa de uma maneira tão drástica.
A programação do filme foi descrita como “intensa e corrida” e o estúdio flertou diversas vezes com a ideia de adiar o filme, mas os executivos acharam que isso passaria a mensagem de que o filme estava com problemas. Os mesmos executivos teriam pensado em também demitir Zack Snyder durante a pré-produção do longa, mas não o fizeram também para não machucar a imagem do filme perante ao público.
"Uma fonte interna disse que Silverman [executivo da Warner] era “bastante duro com Zack” desde que “Batman v Superman” sofreu o em agradar público. Mas ele não o demitiu: remover um diretor é uma grande distração em qualquer filme e nesse caso seria um sinal de sérios problemas e poderia machucar o universo maior que estavam criando."
Um outro executivo da Warner disse que o CEO da empresa, Kevin Tsujihara, e o chefe de conteúdo do estúdio, Toby Emmerich, tomaram a decisão de não adiar o longa para manter seus bônus salariais:
"Tsujihara e Emmerich queriam preservar seus bônus salariais. Eles seriam pagos antes da fusão entre Warner e AT-AT e estavam preocupados que, se eles adiassem o filme, seus bônus também seriam adiados para o ano seguinte e talvez eles não estivessem mais no estúdio nessa data."
Todos os executivos do estúdio ouvidos pela matéria do The Wrap preferiram permanecer no anonimato.
Liga da Justiça já está sendo exibido nos cinemas brasileiros – leia nossa crítica.