Resenha - O Shaolin Do Sertão




Seguindo a mesma vibe do seu antecessor espiritual, o filme O Shaolin do Sertão chega aos cinemas hoje (13 de outubro), provando mais uma vez que o Ceará sabe sim fazer humor, mugango, fulerage rumação e provar de uma vez por todas que também sabemos fazer cinema.

É, podemos dizer mais uma vez que o diretor Halder Gomes sabe contar uma boa história. Mesmo se aproveitando da fórmula utilizada no sucesso "Cine Holliúdy”, só que de um jeito bem melhor, menos maçante e melhor elaborado, O Shaolin do Sertão é a prova de que o cinema pode sim ser feito pelos pequenos e ser tão bom e divertido quanto os grandes.
Embora não tenha uma relação direta com o filme anterior, logo fica bem claro que ambos se passam no mesmo universo, podendo destacar que o próprio protagonista pode sim ter sido influenciado pelos filmes ou mesmo as famosas histórias de Francisgleydisson.

Desta vez o protagonista é Aluízio Lee, interpretado por Edmilson Filho, o mesmo cabra arretado que arrasou como o icônico Francisgladyson de Cine Holliúdy. Neste longa Aluísio é um padeiro que desde criança sonha em ser um grande lutador de artes marciais e que tem a missão de defender a honra de Quixadá, enfrentando o temido Toni Tora Pleura (Fábio Goulart), um aposentado lutador de vale-tudo que ganha a vida enfrentando adversários nos interiores dos estados. Ao melhor estilo de jornada do herói, Lee parte em busca de treinamento com um duvidoso chinês (Falcão) que se utiliza dos mais nordestinos métodos para treinar seu pupilo.


Tendo como base o melhor da cultura nordestina, o longa dá um destaque ainda maior na linguagem local, com certeza Hélder sabia o que estava fazendo quando decidiu incluir nesta história um roteiro ainda mais recheado de deliciosas palavras conhecidas e populares do "nordestinês", muitas das quais ficou devendo em Cine Holliúdy. A qualidade técnica também merece seus devidos louros, dou destaque aqui à fotografia  que  está impecável, saindo dos minúsculos cenários e se arriscando nas paisagens da adorada cidade  de Quixadá, localizado no sertão central nordestino.

O Shaolin do sertão pode incomodar aqueles que buscam encontrar algo diferente de Cine Holliúdy, o filme contém os mesmo elementos, só que desta vez, mais enraizados e melhores aproveitados. É perceptível que Helder Gomes não abriu mão da sutileza e abusou nas referências sem perder o foco, (Cara de xinim, o saco na cabeça do personagem Piolho e rolo de fumo e a famosa piada do " Que é Sura?"), quem é nordestino se sentirá um bocado a vontade ao ver, identificando-se várias vezes com o que está sendo mostrado. Sobretudo O Shaolin do Sertão traz um elenco mais maduro e mais à vontade com seus personagens, agradando a todos com seus ótimos 100 minutos de duração.

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