Reviewesando: Batman -Terra Um vol II

Salve, salve!

Falemos desse segundo encadernado, com a mesma equipe criativa do anterior (Geoff Johns e Gary Frank), como todos sabem este “novo mundo” tudo ainda está nos primórdios,  Batman ainda não é o “sabe tudo” comete alguns erros e precisa de certa monitoração ( o bacana que nestas histórias o Alfred tem maior importância.)

No final do encadernado passado, um gancho nos revelava o vilão desta nova aventura: o Charada.

Então é isso, após os eventos da última edição, Batman é tido na cidade como uma “força a ser temida” ninguém sabe se ele existe mesmo e alguns criminosos acham que ele é um monstro assassino, principalmente depois da morte do chefão do crime; o prefeito Cobblepot.
Batman segue sua “cruzada” aqui e ali enfrentando alguns bandidos de rua, paralelo a isso, ocorrem alguns ataques terroristas na cidade, aparentemente aleatórios, onde é feita algumas perguntas sob pena de: se não responderem ou responderem errado. TODOS MORREM.

Gotham tentando se reeguer com a nova Prefeita e seu irmão gêmeo promotor... Harvey Dent que ainda combate resquícios do velho esquema de corrupção na cidade.
São diversas tramas paralelas, que com o decorrer da leitura vão convergindo, uma coisa vai levando á outra... bem interessante.

Não sei se é coincidência, mas o ritmo desta HQ lembram os bons momentos da última trilogia do morcego no cinema. (principalmente na questão da narrativa) Gary Frank está melhor do que nunca, anatomia perfeita, sem exageros.

Existia uma lenda no mercado negro de quadrinhos que “Geoff Johns não sabe escrever o Batman” por ele ser o “Rei dos personagens Classe C” (algumas pessoas, inclusive quadrinhistas dizem isso.)

E nesta história do começo ao fim você diz que temos realmente o Batman ali, seja na questão “amorosa” (sem spoiler, relaxem) pois a capa e o capuz sempre baterão de frente com o homem, algumas vezes uma até atrapalha a outra. Seja no seu rico elenco de coadjuvantes, cada um com sua função  (Lucius Fox tem seus momentos) e também esta história tirando o fato dela ser “dos primórdios” trabalha de maneira interessante o vilão Charada.

Se vocês lembrarem, em 2008 quando Heath Ledger morreu e foi insinuado que poderíamos ter Johhny Deep como Charada e Phillip Seymour Hoffman (já falecido) como Pinguim.

Choveram inúmeras “fan arts” e Wallpapers do Charada, muitos bem legais mesmo e o que chamava a atenção era o seguinte: NÃO se saber quem era o Charada. Imagine um terrorista que o deixa em dúvida, em pânico mas você só consegue se concentrar naquela interrogação verde. Seja numa tela hackeada de um PC ou seja numa pichação de um Muro.


Muitos sabemos que até os roteiristas NÃO gostam de escrever o Charada, por ele ser tosco, fantasiado e usar máscara (ultimamente substituída por óculos).

Reparem leitores que muitas histórias que abordam o Charada, ou se passam no passado ou denigrem ainda mais o personagem, arrisco dizer que os roteiristas (até de animações) não tenham paciência pra escrever as Charadas, ou simplesmente não tenham interesse.

Certa vez John Byrne numa Graphic Novel faz Coringa e Charada trocarem acusações sobre “um imitar o outro”, em 2006/2008 numa série de histórias foi mostrado que o Coringa tolera/comanda os outros vilões “fantasiados” por partilharem da mesma loucura que ele. (e o Charada seria um de seus protegidos. Por lembrar quem o palhaço era antes do acidente.)

Enfim. Johns usou uma abordagem do Charada que se mais pra frente no cinema usassem o Charada como antagonista num dos filmes do Batman, funcionaria.
Hacker, Inteligente, ameaçador e claro: você não sabe o que ele é, quem ele é, onde ele está ou onde estará ou quais suas intenções.

Se você deixa seu adversário em dúvida, desnorteado, fica mais fácil pra acertar um tiro no rosto. Nem precisa que o Charada seja um “combatente corporal”.
Deu pra perceber que eu curto o personagem não? E não é de hoje, não é por causa desta história. Mas da nuance que o vilão representa, do que se pode escrever com ele.

(o mais perto de uma história “Definitiva” do Charada em minha opinião foi a saga “Silêncio” de Jeph Loeb, onde ele mesmo sendo ridicularizado, conseguiu jogar com todo mundo.)

Claro que nem só de Charada vive a HQ, temos outras referências á personagens (fique atento a nomes.), participações especiais e claro, reviravoltas que prometem pros próximos encadernados.

A princípio quando li o encadernado anterior, não tinha curtido a abordagem de Johns pro morcego, (não me agrada um Batman que “ainda NÃO sabe tudo”) mas nesse segundo encadernado eu entendi a proposta.

Pena que esse encadernado demorou pra sair, espero ver esse segundo volume logo nas bancas brasileiras.

Nota: 8,5.



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