O Natal (o amor) está no ar




A chegada do Natal e do Ano Novo, invariavelmente, por mais piegas que possa ser, sempre trazem um sentimento de esperança e um espírito de renovação. E eu, como pisciana que sou (se é que realmente somos regidos por algum signo solar), gosto dessa ilusão natalina, de sonhar, de viver meio “no mundo da lua”, de achar que “dias melhores virão”, pois ainda acredito no altruísmo do ser humano (apesar de  bem mais descrente, com o atual caminhar da humanidade) e assim aproveito para compartilhar e confraternizar os votos de boas festas.

E como “boa pisciana” que vive no planeta dos sonhos, o cinema costuma ser meu portal para esse mundo. E recomendo, para entrar nesse magnífico e onírico universo, em total clima natalino, o filme “Simplesmente amor” (“Love actually”), uma emotiva e divertida comédia romântica, que se passa às vésperas do Natal londrino (numa contagem regressiva até a noite natalina), que fala do amor em si, ou seja, de toda e qualquer forma de amor, seja entre pais e filhos, entre amigos, entre casais, entre familiares próximos ou distantes.

E, finalmente, fala do amor universal que deveria haver entre as pessoas, independente de raças, crenças ou nacionalidades, e que no filme é magistralmente representada pela bela cena de abertura (que se repete no final do filme) das chegadas nos aeroportos (ao som da bela e envolvente música instrumental do compositor Craig Armstrong), em um grande mosaico de abraços e beijos de saudades de quem esteve longe dos olhos, mas não distante do coração.



Não há como não se emocionar com a expressão de surpresa e encantamento da atriz Kira Knightley, quando descobre, sem querer, a paixão platônica e secreta que o melhor amigo do seu companheiro nutre por ela, sob o olhar constrangido e desesperado do mesmo, na pele do ótimo ator Andrew Lincoln (ele é o atual personagem Rick, da ótima série televisiva americana The walking dead”)

E também, temos o nosso ator brasileiro Rodrigo Santoro, aqui fazendo par romântico com a atriz americana Laura Linney, e também grandes atores como Alan Rickman, Lian Neeson, e uma ponta hilária com o “Mister Bean”. E o ator Bill Nighy é uma comédia à parte como um músico decadente tentando se reerguer no mercado fonográfico através de um concurso de músicas de Natal.

E não dá prá deixar de comentar o charmoso sotaque britânico do belo ator Hugh Grant, que encarna o papel de um primeiro ministro inglês bem descontraído, com sua ótima performance dançante, após dar uma lição de moral no presidente americano, vivido pelo ator Billy Bob Thornton. Com uma trilha sonora excelente, o filme mostra vários personagens com histórias que vão gradativamente se entrelaçando entre si.



Mas, além dos encontros amorosos, mostra também a dor dos desencontros e das traições, nos olhos marejados da atriz Emma Thompson, ao descobrir a traição do parceiro, numa interpretação magistral, que nos leva a sofrer junto com ela (ao som da comovente letra da música “Both sides, now”, na bela voz de Joni Mitchell, compositora e cantora canadense, famosa na década de 60/70) ou então no recolhimento e desconfiança (diante de um novo amor) do ator Colin Firth, após flagrar o próprio irmão com a sua namorada (Ah, a dor da traição, sempre dolorosa para quem é traído, não importa se o homem ou a mulher).



Em tempo: apesar de ser considerada uma comédia “light”, há cenas “algo picantes" (como a do casal de atores de filme pornô que acaba de se conhecer durante um ensaio de uma cena de sexo, e de maneira hilária nos diverte com uma timidez extrema, inimaginável no contexto), assim aconselho aos pais assistirem antes e então decidir se os pimpolhos devem ou não ter acesso à película.

Outras dicas de filmes sobre o Natal para curtir, com a família, o ótimo feriado vindouro: o belo e comovente “Joyeux Noel” (filme europeu sobre a trégua entre os soldados durante a primeira guerra mundial, na noite de Natal), “O estranho mundo de Jack” (ótima animação de Tim Burton), “O Natal de Charlie Brown”, “Meu papai é Noel”, “O expresso polar”, “Operação presente”, “Um duende em Nova York”,  “O grinch”, “O adorável avarento”, “Um herói de brinquedo”.

E por falar em Joni Mitchell, termino este texto com a bela canção da compositora, intitulada “River” (aqui na também bela voz de Sarah Mclahlan) com partes, da letra da música, que mais gosto, como meus votos de Feliz Natal: “It's coming on Cristmas, they're cutting down trees... and singing songs of joy and peace... I wish I had a river, I could skate away on... I would teach my feet to fly...”.




E como sou uma eterna criança, me despeço com a graça e a irreverência dos Minions (que tem tudo a ver comigo), desejando Boas Festas e Feliz Ano Novo a todos.

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