--> Minha primeira pretensão era comentar, por alto, a obra do autor belga de língua francesa George Simenon, criador do inspetor Jules Maigret, um dos mais importantes personagens de romances policiais da literatura universal. A obra de Maigret tem sido resgatada e belamente publicada pela L&PM Pocket, editora que, como outras nas terras de Pindorama, tem investido no mercado dos livros virtuais, assim como a Cia. das Letras. A qualidade dos livros lançados por essas editoras nem precisa ser comentada. A Cia. das Letras, no mercado desde 1986, rapidamente se tornou uma das mais importantes editoras brasileiras e, acredito, ter o seu livro publicado por uma editora desse porte deve ser o sonho acalentado de boa parte dos escritores brasileiros iniciantes. A L&PM Pocket, selo da L&PM (editora gaúcha que inicia seus trabalhos em 1974, ainda durante a ditadura militar e se destacou durante essa década e a década seguinte tanto na edição de grandes nomes da literatura brasileira quanto na publicação de autores considerados malditos e ainda pouco acessíveis ao público local), que começou com um catálogo já amplo, mas em edições que deixavam um pouco a desejar (quem não se lembra daqueles pequenos livros de capa branca meio emplastificada?), tanto no formato externo quanto no interno, ao dar um formato mais elegante aos seus exemplares, agora mais esguios e com a arte da capa bem melhor trabalhada, deu um novo significado ao conceito de livros de bolso. Saber que, no Brasil, editoras como essas já estão se dedicando ao mercado de e-books é, no mínimo tranquilizador, pois, além dessas editoras, pequenas casas editoriais famigeradas têm se aproveitado do relativamente menor custo da produção do livro digital e oferecido produtos de qualidade duvidosa (geralmente autores já de domínio público, cuja obra aliás em muitos casos é oferecida gratuitamente, e dentro da legalidade, por várias instituições acadêmicas). Apesar de muito se reclamar da qualidade da educação, sobretudo da educação pública (e se deve reclamar mesmo), o número de leitores no Brasil tem aumentado. Assim como tem aumentado o acesso à informática e às novas tecnologias. Logo, nada mais natural do que aumentar a demanda por livros eletrônicos, o que esbarra na ainda pouca variedade de títulos ofertados e na pouca qualidade dos exemplares virtuais que algumas editoras mercenárias e sem tradição põem no mercado. O problema, e todo esse rodeio foi para chegar a esse ponto, é o preço: não muito diferente do preço do livro físico. Os e-books vendidos ainda são inexplicavelmente caros no Brasil, mesmo já não se tratando de uma novidade. A maior qualidade talvez justificasse o preço, mas, basicamente, o arquivo usado para a geração do livro eletrônico, com poucas alterações, é o mesmo utilizado para a edição do livro físico. A principal diferença é que não se consome papel e se podem gerar cópias indefinidamente. Eu até gostaria de ter uma grande frase para terminar o raciocínio, mas não tenho. Quero apenas esboçar minha indignação de leitor. Pronto, falei!
--> Minha primeira pretensão era comentar, por alto, a obra do autor belga de língua francesa George Simenon, criador do inspetor Jules Maigret, um dos mais importantes personagens de romances policiais da literatura universal. A obra de Maigret tem sido resgatada e belamente publicada pela L&PM Pocket, editora que, como outras nas terras de Pindorama, tem investido no mercado dos livros virtuais, assim como a Cia. das Letras. A qualidade dos livros lançados por essas editoras nem precisa ser comentada. A Cia. das Letras, no mercado desde 1986, rapidamente se tornou uma das mais importantes editoras brasileiras e, acredito, ter o seu livro publicado por uma editora desse porte deve ser o sonho acalentado de boa parte dos escritores brasileiros iniciantes. A L&PM Pocket, selo da L&PM (editora gaúcha que inicia seus trabalhos em 1974, ainda durante a ditadura militar e se destacou durante essa década e a década seguinte tanto na edição de grandes nomes da literatura brasileira quanto na publicação de autores considerados malditos e ainda pouco acessíveis ao público local), que começou com um catálogo já amplo, mas em edições que deixavam um pouco a desejar (quem não se lembra daqueles pequenos livros de capa branca meio emplastificada?), tanto no formato externo quanto no interno, ao dar um formato mais elegante aos seus exemplares, agora mais esguios e com a arte da capa bem melhor trabalhada, deu um novo significado ao conceito de livros de bolso. Saber que, no Brasil, editoras como essas já estão se dedicando ao mercado de e-books é, no mínimo tranquilizador, pois, além dessas editoras, pequenas casas editoriais famigeradas têm se aproveitado do relativamente menor custo da produção do livro digital e oferecido produtos de qualidade duvidosa (geralmente autores já de domínio público, cuja obra aliás em muitos casos é oferecida gratuitamente, e dentro da legalidade, por várias instituições acadêmicas). Apesar de muito se reclamar da qualidade da educação, sobretudo da educação pública (e se deve reclamar mesmo), o número de leitores no Brasil tem aumentado. Assim como tem aumentado o acesso à informática e às novas tecnologias. Logo, nada mais natural do que aumentar a demanda por livros eletrônicos, o que esbarra na ainda pouca variedade de títulos ofertados e na pouca qualidade dos exemplares virtuais que algumas editoras mercenárias e sem tradição põem no mercado. O problema, e todo esse rodeio foi para chegar a esse ponto, é o preço: não muito diferente do preço do livro físico. Os e-books vendidos ainda são inexplicavelmente caros no Brasil, mesmo já não se tratando de uma novidade. A maior qualidade talvez justificasse o preço, mas, basicamente, o arquivo usado para a geração do livro eletrônico, com poucas alterações, é o mesmo utilizado para a edição do livro físico. A principal diferença é que não se consome papel e se podem gerar cópias indefinidamente. Eu até gostaria de ter uma grande frase para terminar o raciocínio, mas não tenho. Quero apenas esboçar minha indignação de leitor. Pronto, falei!